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Mulheres ganham 27,1% a menos que homens em MS, aponta pesquisa

As informações constam no 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos (MTE) e das Mulheres com o recorte de gênero.

26/09/2024 15h08
Por: Diário de Três Lagoas Fonte: Midiamax
Homens ganham mais que mulheres no Brasil. (Reprodução, bando de imagens Freepik)
Homens ganham mais que mulheres no Brasil. (Reprodução, bando de imagens Freepik)

Dados divulgados pelo Governo Federal mostram que as mulheres ganham 27,11% a menos do que os homens no Mato Grosso do Sul. No Estado, a remuneração média dos homens é de R$ 3.692,81, enquanto a das mulheres é de R$ 2.691,86.

As informações constam no 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres com o recorte de gênero, a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, exigência da Lei nº 14.611/2023.

A Lei de Igualdade Salarial determina a equiparação de salários entre mulheres e homens em situações nas quais ambos desempenham funções equivalentes, ou seja, quando realizam o mesmo trabalho, com igual produtividade e eficiência.

Em Mato Grosso do Sul, a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia conforme o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 39,3%.

Abrangência da pesquisa

No total, 615 empresas sul-mato-grossenses responderam ao questionário. Juntas, elas somam 212,4 mil pessoas empregadas. O 2º Relatório foi apresentado neste mês de setembro.

Em março, o primeiro relatório indicou que, em média, as mulheres recebiam 67,4% do salário pago aos homens no estado, ou 32,6% a menos. No primeiro ciclo, 580 empresas enviaram informações referentes a 199 mil pessoas empregadas.

Mulheres negras recebem menos

No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é ligeiramente maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 39,6 mil e 36 mil, respectivamente.

Contudo, mulheres negras recebem, em média, 22,45% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é de 17,15%.

Incentivos e plano de carreira

O documento registrou que, em Mato Grosso do Sul, 61,7% das empresas possuem planos de cargos e salários; 30,5% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 36,7% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 23,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.

Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 18,8% dos estabelecimentos contam com a política.

O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

Dados nacionais

Ao nível nacional, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens, conforme o 2º Relatório de Transparência Salarial. No total, 50.692 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 27%.

No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.745,76, a da não negra é de R$ 4.249,71, diferença de 54,7%.

No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.493,59 e os não negros, R$ 5.464,29, o equivalente a 56,4%.

A diretora de Programa do MTE, Luciana Nakamura, diz que a igualdade salarial está prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) desde 1943, mas que “não é cumprida pelas empresas”.

“Queremos que as empresas olhem para as desigualdades salariais dentro do ambiente de trabalho, e, assim, possam promover a igualdade entre homens e mulheres. Por isso, a publicação do relatório é importante, porque vai revelar a desigualdade dentro daquele estabelecimento”, afirma.

“As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica, nos serviços públicos e nas atividades de gerenciamento e direção”, ressalta Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do MTE.