“Polícia desmonta esquema de tráfico em Brasilândia”

Na manhã de uma terça-feira que parecia comum em Brasilândia, um verdadeiro cerco ao crime foi deflagrado pelas forças de segurança. A operação, batizada de Cidade Segura II, movimentou as ruas e revelou os bastidores sombrios do tráfico doméstico de drogas na cidade.

Policiais civis, militares, a equipe do Canil da PM de Três Lagoas e agentes da Polícia Penal atuaram em conjunto, unindo forças contra um esquema criminoso que vinha ganhando espaço de forma silenciosa. O estopim para a ação foi a prisão de um traficante conhecido no submundo como “Santista”. A partir dele, veio à tona uma teia de conexões que apontavam para dentro de um presídio, onde um detento orquestrava parte do fornecimento de entorpecentes para a região. A revelação? Ele comandava tudo de dentro de uma cela, e sua parceira – fora das grades – cuidava da distribuição e até da venda fracionada diretamente da própria casa.

Com base nessas descobertas, os mandados de busca foram cumpridos com precisão cirúrgica. No presídio de Três Lagoas, a cela do suspeito foi vistoriada e, para surpresa nenhuma das autoridades, um aparelho celular foi encontrado com ele – exatamente o tipo de ferramenta usada para coordenar o tráfico mesmo atrás das grades. Tentando impedir que provas fossem usadas contra si, o preso tentou destruir o celular na hora da abordagem. A cena se repetiu do lado de fora, na residência da cúmplice: no momento em que os policiais chegaram, ela também destruiu seu próprio aparelho, numa clara tentativa de atrapalhar as investigações. Mas o que ela não esperava era a atuação impecável do cão farejador Monster, que logo demonstrou comportamento típico de identificação de entorpecentes. No local, os policiais encontraram crack, dinheiro trocado, máquinas de cartão de crédito, uma motocicleta Honda Biz 2024, além de uma série de objetos de alto valor sem procedência – entre eles, um ar-condicionado e um televisor.

O caso ficou ainda mais tenso quando foi descoberto que o filho da investigada, também suspeito de envolvimento com o tráfico, conseguiu fugir instantes antes da chegada das forças de segurança. A fuga do rapaz levanta suspeitas sobre o quanto o esquema criminoso já estava ciente da operação prestes a acontecer. Até o momento, ele não foi localizado, mas as autoridades seguem nas buscas. Já a mulher, agora detida, vai responder por uma série de crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, desobediência e fraude processual – uma lista que evidencia o quanto o envolvimento com o tráfico pode arrastar uma família inteira para o fundo do poço. A operação Cidade Segura II não apenas desmantelou um núcleo ativo do tráfico em Brasilândia, mas também mandou um recado claro: o crime pode até tentar se esconder... mas não fica impune por muito tempo.